Por esses dias, uma amiga minha escritora postou algo interessante no Story do Instagram dela: eu chamo de burnout do escritor. Ela dizia que ficou com cansaço mental sobre as cobranças, a imposição de postar conteúdo a todo instante para ser relevante, etc… etc… Eu passo por isso há um bom tempo, apesar de que tenho pouco leitores para ser cobrada. Mas já recebi críticas horríveis por uma história que estava péssima e ainda não havia passado por leitura beta e sensível. Isso me deu um cansaço mental que nunca tive em toda a minha vida. O que será que as redes sociais andam fazendo com a gente, hum?

São tantas informações, tanto conteúdo que você passa, passa, passa no “ad infinitum”, que nem vemos que estamos perdendo a paciência até mesmo de ler um simples texto como esse, por exemplo. Mas a questão nem mesmo é essa… As redes sociais nos torna mais fácil de ser encontrado e isso é ótimo. Contudo, estamos preparados mentalmente para sofrer exposição, ter uma vida pública?

A Frustração como Dor Silenciosa

A frustração, para o escritor, não é apenas um contratempo; é uma dor profunda que se instala quando as palavras se recusam a fluir, quando a inspiração se esconde nas sombras da mente. Estudos indicam que a frustração pode ser comparada à dor física, ativando áreas semelhantes no cérebro, o que explica a intensidade do sofrimento emocional que acompanha o bloqueio criativo.

Consequências Psicológicas da Frustração Prolongada

Quando a frustração se torna uma constante, ela pode desencadear uma série de problemas psicológicos. A ansiedade e a depressão são companheiras frequentes dos escritores que enfrentam bloqueios criativos persistentes. A sensação de impotência diante da página em branco pode levar a uma espiral descendente de autocrítica, isolamento e perda de autoestima.

O Efeito Sylvia Plath: A Criatividade e a Vulnerabilidade Mental

O “Efeito Sylvia Plath” descreve a tendência de escritores criativos, especialmente poetas, a serem mais suscetíveis a transtornos mentais. Essa correlação destaca a delicada linha entre a genialidade criativa e a fragilidade emocional, sugerindo que a mesma sensibilidade que permite a criação de obras profundas também torna o escritor mais vulnerável às tempestades internas.

Estratégias para Combater a Frustração e Preservar a Saúde Mental

  1. Aceitação e Autocompaixão: Reconhecer que a frustração faz parte do processo criativo e tratar-se com gentileza pode aliviar a pressão interna.
  2. Estabelecimento de Rotinas: Criar horários regulares para escrever pode ajudar a treinar a mente a entrar no “modo criativo” de forma mais consistente.
  3. Busca por Apoio Profissional: Psicoterapia e grupos de apoio podem oferecer ferramentas para lidar com a frustração e prevenir o agravamento de problemas psicológicos.
  4. Práticas de Mindfulness: Técnicas de meditação e atenção plena podem auxiliar na redução da ansiedade e no aumento da concentração.

Eu sou constantemente acompanhada por tais frustrações. Não tenho tanta cobrança, mas tenho lá minhas inseguranças, principalmente por nunca saber se minhas obras estão boas. Eu sempre olho as avaliações negativas, nunca as positivas (inclusive eu sempre leio positivas com desconfiança). Achei um tópico super importante sobre como estamos tratando nossa saúde mental. Escritor também sofre burnout, só não consegue identificar quando o cansaço mental explode, pelo menos posso dizer por mim.

A frustração é uma sombra que acompanha o escritor em sua jornada criativa. Reconhecer sua presença e compreender seu impacto é o primeiro passo para transformá-la de inimiga em aliada. Ao cuidar da saúde mental e adotar estratégias para lidar com os bloqueios, o escritor pode reencontrar a fluidez das palavras e a alegria de criar.

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